Roger Bahia conta o que viu da vida

Crônica

Em 42 anos de idade já presenciei muita esquisitice, mas vivenciei bons momentos
                              
                                Foto: Raquel
Pude admirar a beleza natural de Ituberá, Cachoeira da pancada grande
Parece jovem uma pessoa com essa idade, mas se tratando de mim, isso pode ser uma eternidade. Dizem que lembrar o passado é sofrer 2 vezes, coisa que não concordo. Vamos iniciar lembrando os fatos ruins que vi no mundo. Em primeiro lugar, a dor que a minha mãe sentiu quando me pariu em 1970, contam que é quase insuportável, mas ela gostou, claro! Foram 14 filhos.

Depois disso, suportei a morte do nosso cachorrinho Pack, ora, foi o primeiro! Coitado, morreu atropelado por um ônibus da Expresso Amparo. Tudo bem, passou! Já com 8 anos vi a minha amiga pelada, foi ruim porque eu não sabia o que fazer. Fiz uma coisa, mas não vou te contar. Com essa mesma idade, assisti pela TV (em preto e branco) a Argentina ser campeã. Isso doeu mais.

Vi o fim da ditadura, será que acabou mesmo? Votei em Collor e depois pintei a cara para o impeachment. Nessa época eu estava com 18 anos e participei da redemocratização com Tancredo, mas isso me doeu, porque além dele ter morrido, eu também quase ia. Eu namorava uma mulher casada e o Cor (...) foi me tocaiar com um 3 oitão. Superei e estou aqui, ainda.

Finalmente, pude comprar um fusquinha 73, foram 2 alegrias: 1 quando comprei, a outra quando a polícia prendeu na blitz de Ondina, em Salvador. Pra ser feliz é preciso casar. Fiz isso, mas que dor de cabeça. A patroa me trocou por um rapaz de 35 anos, só por que ele tem uma moto HONDA TORNADO. Lembrei de Almir Rogério com o "motoqueiro que destino traiçoeiro..."

Nem tudo foi desgraça em meu passado, então vamos falar dos bons momentos. Vi o Vitória sagrar-se vice da copa do Brasil. Acompanhei os 7 anos de Bahia na segundona, fiz xixi na latinha de refrigerante, dentro de um ônibus, pulei o muro do quartel para namorar escondido e cantei a música de Waldick Soriano (A carta), na faculdade.

Pensa que acabou? Tem mais! Sorri quando Roberto Carlos cantou em Salvador com ingressos vendidos a 800 reais, teve gente que chorou porque não conseguiu entrar, brincadeira! Acompanhei a mudança de Lula, a 1ª mulher presidente, a queda do muro de Berlim e o do quintal da casa do meu vizinho, com isso eu ficava olhando as garotas tomando banho de sol, que lembrança bacana e ponto final.

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