Crônica

Só é visto quem aparece

A natureza afirma que um rio tem duas margens, correto? Pois bem, os políticos desumanos inventaram mais uma, a margem dos excluídos. Quero ver onde me encontro nessa confusão toda. O camarada chega pra mim e diz: "vai ter um evento esportivo e quero que você faça a cobertura", disse ele. Beleza! Respondi entusiasmado, pelo convite e por querer ajudar.

Levantei cedo, com o barulho das unhas do meu gato (Preto) na porta, ele miava pedindo sua ração matinal. Só que não tinha. Continuando. Fiz meu café e fui ao boteco do meu amigo Zé comprar 7 pães por 1 real. Eu acreditava que no evento sairia alguma coisa pra comer. Ao chegar ao local o que ví foi apertos de mão e sorrisos fabricados. Sem generalizar.
                                        Foto: Google
Para aparecer, vale tudo inclusive a melancia na cabeça
Na disputa, dois grupos políticos que tentavam invadir o cenário e roubar a festa. Espantado, cumprimentei alguns atletas, árbitros e poucos da outra banda, a podre. Diante de tanta promessa corri e preferi aguardar as equipes em campo e não é que os dois estavam nos times também! Brincadeira viu! Eu já não sabia se era um torneio de futebol ou um comício.

De um lado do rio estavam, os que já estiveram lá. Do outro lado, os que já estiveram cá. Confusões à parte, no meio dessa disputa estavam os que nem estiveram lá e nem cá. Eles sabiam disso e este foi o motivo que nossos lindos e queridos amiguinhos tentavam a todo custo, puxar os indecisos para o seu lado. Um dava bicicleta e o outro prometia consertar o mundo.

Nessa briga toda, o tempo foi passando e a barriga começou a roncar. Imagine um repórter trabalhar no dia do trabalho e ainda com fome, sede e sem namorada, pense aí! Depois alguém disse: "espera, que tem carne de jabá pra nós", prometeu o anômimo. Comi dois pedaços de carne frita e alguns pedaços de cebola com farinha seca. Imagine o bafo! Foi sério, não é pra dar risada!

No trio elétrico, sempre era lembrado o nome do que está no meio de tudo, mas afinal o rio não têm só duas margens? Claro! Mas na política tudo pode. Assim o dia passou, fiquei com fome, não ganhei nada. Só um beijo, mas foi pouco. Salvo o cachorro quente que o árbitro Gleidson pagou pra mim. Ah! Pra não fazer injustiça, Marcos Félix também me ofertou um dogão morno.

Conclusão! O homem não pode ser indeciso e se quiser ser visto é só aparecer, mas tem momentos que somos obrigados a permanecer neutros em algumas situações. "Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come", então eu não sei mais o que fazer e nem de que lado estou. Na dúvida o melhor é calar a boca se não eles aparecem e fazem o que fizeram com "Caco Som" e ponto final.    

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