Clássico deixa torcedores mais próximos

O futebol foi criado para diversão e lazer da sociedade, mas os capitalistas deturparam essa paixão nacional

O técnico do Ypiranga (Pé de Areia) ao lado do estudante de Jornalismo
O futebol se tornou uma paixão nacional, mas poucos torcedores percebem a manipulação de empresas capitalistas que fazem de tudo para aumentar seus lucros. Neste domingo (18) aconteceu o maior clássico do Norte/Nordeste do país, Brasil é claro! O cidadão baiano, foi até o Barradão em Salvador e ajudou a manter um sistema invisível e desumano.

Em campo estavam estrelas como: Neto Baiano, Souza, Morais e outros com salários... Meu Deus é bom nem falar. Enquanto que o coitado do torcedor, pagou o buzú, a água, o ingresso, o churrasquinho de gato na portaria e se possível fosse até o ar poluído do estádio, para ver Falcão X Cerezo. Lembrando que os dois jogaram na seleção, a do Brasil.

Falcão o rei de Roma foi chamado para ressuscitar o Bahia, que não vinha bem na mídia. Enquanto que Toninho, o Cerezo veio tentar alegrar o sofredor rubro-negro, quis dizer, torcedor. 2 gols relâmpagos levam o Vitória à vantagem, êpa! Alguns minutos depois mais 2 gols, calma é para o Bahia e com isso o empate entre os amigos, entre aspas.

Olha o Geovani (Vitória) ajoelhado. Era falta na entrada da área e ele fazia uma oração: "meu Deus se eu fizer esse gol vou aparecer no Fantástico e meu salário vai melhorar e posso ser contratado pelo Barcelona como o Daniel", acho que ele pensou isso. A cobrança do rapaz foi perfeita e colocou o Leão em vantagem e de fato passou na Globo.

Fim de jogo, Vitória 3 X 2 Bahia. Olha ele de novo lutando para sair do estádio todo suado, pegar o coletivo lotado, pagar R$ 2,50 de tarifa e torcer para chegar em casa e a patroa o receber com um abraço. Enquanto que os atletas tem ônibus particular, hidromassagem e outros benéfícios que leva os fracos de espírito a enxergar os profissionais como celebridades.

Tomei pavor ao esporte profissional, mas me apaixonei pelo futebol amador. Quem sou eu? Esse na foto com a camisa do Vitória. Sou jornalista esportivo e me dedico a fazer coberturas de jogos onde ninguém paga a ninguém, o torcedor do outro time é meu amigo, os jogadores imploram por uma entrevista, sem esquecer que nenhum deles tem assessoria.

Os campos são ruins, tudo bem! Mas, quem foi que disse que a alegria está nas coisas boas? Se até o Jailson Macêdo de Freitas (árbitro da CBF) elogiou o nosso campeonato em Vila de Abrantes. O Danilo Gomes deixou o São Paulo para jogar na Baixinha e porque eu não posso deixar o capitalismo para correr em busca da felicidade.

É lamentável saber que neste momento muitos torcedores do Bahia estão brigando com os do Vitória. Enquanto que Cerezo e Falcão vão aparecer em rede nacional no dia seguinte, elevando os nomes dos clubes e ganhando mais patrocínio para seus salários. O jornalista tem direito de fazer o que gosta sem ficar preocupado com quanto, ou o que vai receber.

Esta é a minha opinião e sei que o dinheiro não é tudo. Torcer por Bahia, Vitória, Vasco ou o Colo Colo do meu amigo Leinha da Fonte da Caixa em Abrantes, é a mesma coisa. A diferença é que depois do jogo eu posso tomar um ref. com os atletas e comentar aquele gol perdido e até mesmo o frangaço do goleiro Roque e nem preciso pedir permissão, que legal.

Bom quem fez foi a comunidade de Jauá. Armaram o Ba X Vi, que terminou em 4 X 4. Após o duelo, se reuniram ao lado do isopor e foram dar risadas com os lances engraçados, protagonizados por eles prórios. É lógico que o bate-papo foi regado pela cerveja patrocinadora do... Se eu disser, estarei alimentando um sistema cruel e desumano chamado CAPITALISMO.

  

Comentários

Eunice disse…
Roger,

Adorei a reflexão sobre o futebol amador, mais ainda a referência ao capitalismo como sistema econômico predador dessa paixão nacional.

Um forte abraço,

Eunice