Segundo capítulo de: “O filho adotivo”



Com os meninos na escola, só faltava o emprego para deixar José em uma situação mais cômoda. Os dias passavam e nada de trabalho, o jeito foi catar algumas latinhas de alumínio, jogadas nas ruas pelos consumidores de cervejas e refrigerantes.

O que ele conseguia com a venda do material dava apenas para o alimento das crianças. Às vezes, ele ficava sem comer, mas queria ter a certeza de que seus filhos estavam estudando e felizes. Os dias passavam e a hora de Cecília ganhar neném se aproximava.

 Em um dia ensolarado, José estava chegando da sua labuta diária quando ouviu os gritos da sua esposa: “Marido corre cá, tô sintino dor de parír!” Gritou Maria com seu sotaque sertanejo. O esposo ficou apavorado sem saber o que fazer.

Na vizinhança, todos gostavam de José. Ele era atencioso e bom de coração. O dono da casa que ele morava tinha carro e se prontificou a levar a gestante para a maternidade. O caipira ficou com as crianças, mas o filho mais velho Pedro acompanhou sua mãe.

O bebê estava na posição invertida no útero de Maria. Certamente, seria um parto complicado, onde um dos dois seria penalizado com o descanso eterno. O médico até tentou salvar a vida da mulher, mas o socorro demorou e ela acabou falecendo...
Segue na próxima postagem. 
Beijos...   

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